A Lisboa Fenícia
Os primeiros mercadores fenícios entraram em contacto com as populações locais que viviam na zona do Castelo desde o século VIII a.C. (Idade do Ferro) como surge comprovado pelo achamento recente de cerâmica fenícia na colina do Castelo de São Jorge.
Segundo os autores clássicos Lisboa, na época, seria habitada pelos Oestrimini (ou Strymone) de origem Lício-Anatólicos e Ilírio-Trácia e que ocupavam um território desde Peniche até à margem sul do Tejo. Foram esses povos que assistiram à chegada dos primeiros mercadores fenícios por volta de 1200 a.C. É provável que esses primeiros navios tenham vindo originalmente de Tiro tendo feito escala na grande colónia de Gadir (actual Cádiz). Pouco depois é aqui estabelecida uma pequena feitoria, provavelmente no braço de Tejo que percorria os valores até ao local onde hoje encontramos o Coliseu a partir da actual Praça do Comércio. Os fenícios aproveitaram o porto natural que aqui existia e contornava, de ambos os lados, o monte de Santa Anna onde, mais tarde, se ergueria o "mosteiro de Religiosas Franciscanas com titulo da mesma Santa". O vale onde se estabeleceriam os fenícios era o do vale ocidental citado em Frey Nicolao d'Oliveira, em 1620, no "O Livro das Grandezas de Lisboa": "Cortaõ este monte dous valles muy cumpridos, hum pella parte do Orientem e outro pella do Occidente, e vem ambos a huma a dar em outr valle muy largo, que fica entre o monte do Castello, e o de São Roque".
O entreposto comercial de Lisboa recebeu a designação de "Alis Ubbo" que, em fenício, significa "Refúgio Agradável" ou "Porto Seguro" e cresceu até se tornar um importante centro comercial nas relações entre a costa atlântica e as redes comerciais fenícias. Em Lisboa eram trocados bens manufacturados fenícios por metais, peixe salgado e sal com as tribos que rodeavam a actual cidade de Lisboa.
Para saber mais:
https://www.playocean.net/portugal/lisboa/sete-colinas-de-lisboa
https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_Lisbon
"Lisboa", José Victor Adragão, Natália Pinto e Rui Rasquilho